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Creio que esta expressão não contradiz de modo algum o que foi
dito anteriormente. Reconhecemos que as ordens inferiores não possuem
a plenitude nem o poder completo correspondente às superiores. Porém
participam proporcionalmente no poder daqueles como parte da
harmoniosa, universal e eqüitativa comunhão em que todos se
entrelaçam. Deste modo, mesmo no caso de que a ordem dos santos
querubins possua sabedoria e ciência mais elevadas, também as ordens
dos seres inferiores compartilham em menor proporção sua sabedoria e
ciência, ainda que seja inferior e parcial. De fato, todos os seres
inteligentes deificados participam na sabedoria e na ciência. Eles se
diferenciam segundo que esta participação venha diretamente da fonte
ou de modo indireto e inferior, conforme à capacidade de cada um.
Isto se pode dizer de todos os seres-inteligências deificados, e
assim como a primeira ordem possui em plenitude os santos atributos de
suas inferiores, estes têm também os dos superiores, ainda que em
menor proporção, não de igual modo.
Pelo que não vejo nenhum inconveniente em que as Escrituras chamem de
"anjo" inclusive a nosso hierarca (o bispo). Possui a propriedade
de ser, dentro do possível, como os anjos, um mensageiro. Têm,
ademais, a missão de imitar, segundo suas possibilidades, o poder
revelador dos anjos.
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