Notas de FHE

VIII

OS SOFISTAS



01.

Vimos, nas notas precedentes, como Parmênides e Zenão de Eléia expuseram a sua doutrina em Atenas, como foram ouvidos por Sócrates e os comentários que este fez a respeito.

Perante Zenão que dizia que não era possível existir a multiplicidade porque, se ela existisse, cada coisa seria ao mesmo tempo uma e muitas, Sócrates retrucou que nenhuma coisa visível, mesmo que seja uma, é a unidade. Cada coisa visível participa imperfeitamente da perfeita unidade que só existe na idéia da unidade. Só a idéia da unidade é absolutamente una, sem mistura com multiplicidade alguma. Só ela é perfeitamente una. As coisas que vemos à nossa volta têm, cada qual, em si mesma, uma parte da perfeição da unidade que a idéia de unidade tem e, portanto, não podem ser, justamente por isto, perfeitamente unas. Ora, se não são perfeitamente unas, têm que ser em parte unas e em parte múltiplas, e é por isso que cada coisa é, ao mesmo tempo, uma e muitas. Não há contradição nisto. Haveria contradição, diz Sócrates, apenas se alguém conseguisse provar que até na própria idéia abstrata de unidade existe simultaneamente unidade e multiplicidade.

02.

O que chamou a atenção de Parmênides neste raciocínio, conforme as palavras por ele mesmo dirigidas a Sócrates depois da exposição deste último, foi a

"distinção entre as idéias em si mesmas
e as coisas que participam delas".

Mas nós devemos também chamar a atenção dos alunos para o fato de que em seu raciocínio Sócrates quer por sua vez chamar a atenção do ouvinte para o fato de que algo tal como a unidade é alguma coisa que pode ser possuída em parte.

Caberia fazer a pergunta: o que impede que se realize totalmente? Fica esta pergunta, por enquanto, para ser respondida por cada um.

Entender como estas coisa não são óbvias não é uma tarefa simples. Elas significam que aquilo que no dia a dia nós usualmente tomaríamos como um exemplo de unidade é, na realidade, um exemplo que realiza apenas uma parte daquilo que se realizaria se pudéssemos ver uma verdadeira e plena unidade.

03.

Sócrates poderia ter estendido o seu argumento de tal modo que, a partir dele, obtivesse uma resposta não apenas a um dos argumentos de Zenão, mas a toda a doutrina de Zenão e Parmênides. Não o fez, todavia, e o encontro de ambos continuou com uma longa discussão sobre técnicas de argumentação.

04.

Muito diversa da acolhida proporcionada por Sócrates foi, entretanto, a acolhida que os atenienses em geral deram a Parmênides e a Zenão. Para entendê-la, devemos falar alguma coisa mais sobre o sistema político que vigorava em Atenas naquela época.

05.

Em Atenas havia se estabelecido o regime democrático, em que o povo detém o poder.

Na nossa época, quando alguém fala em democracia, geralmente se refere àquilo que se conhece como democracia representativa, da qual se diz que o povo exerce o poder na medida em que elege os seus representantes no governo e na medida em que qualquer pessoa do povo pode vir a candidatar-se a um cargo público e, uma vez eleito, sendo obrigado a prestar conta de seu mandato perante a nação. Neste sistema não é propriamente o povo que governa, mas os representantes por ele eleitos. Este sistema é, por causa disso, dito democracia representativa.

Em Atenas a democracia que havia se instalado não era, porém, a representativa. Era a democracia direta. Quem mandava, de fato, era o povo, e não os seus representantes.

06.

Já tivemos a oportunidade de mencionar como eram os tribunais atenienses, em que não havia um juiz, mas quinhentos juízes escolhidos entre seis mil pessoas sorteadas entre os cidadãos atenienses, os quais julgavam as causas por votação em maioria simples, após ouvirem as partes em litígio.

07.

As decisões não judiciais, como as votações de leis, a declaração de uma guerra ou mesmo as decisões a serem tomadas dentro dela, resoluções de política externa e comércio exterior, e outras semelhantes, eram decididas pela Assembléia Popular.

Uma vez a cada 36 dias todos os cidadãos de Atenas se reuniam em Assembléia Popular e examinavam uma pauta de assuntos preparada por um conselho de quinhentos homens designados para tanto. Era examinada a conduta de todos os magistrados, que o povo tinha poder de dispensar do cargo a qualquer momento ou mesmo de conduzir a julgamento em caso de irregularidade.

Ademais, além dos assuntos levantados pela pauta preparada pelo Conselho dos Quinhentos, qualquer cidadão poderia pedir a palavra e colocar outro assunto em discussão, mesmo que fosse a votação de uma nova lei. A proposta seria votada pela Assembléia Popular e aprovada ou não conforme o número de votos. O êxito dependia em grande parte da capacidade que teria o cidadão individual de convencer a Assembléia de que tal proposta deveria ou não ser aprovada. Antes da votação um outro cidadão qualquer poderia pedir a palavra e expor um ponto de vista contrário.

08.

Ora, na época em que Parmênides entrou em Atenas esta cidade era uma das grandes potências econômicas, políticas e militares do mundo antigo, graças a uma frota muito bem aparelhada e colônias comerciais espalhadas em todo o Mediterrâneo. Atenas talvez fosse a segunda potência da época, depois do Império Persa.

É curioso observar como um Império do porte do ateniense pudesse ser administrado por um sistema político baseado na democracia direta e, ao mesmo tempo, os atenienses disporem de um sistema educacional tão primitivo como o que foi descrito nas notas anteriores. O acerto das decisões da política ateniense dependia em última análise da capacidade individual dos cidadãos de votarem corretamente as decisões a serem tomadas e, mais ainda, da capacidade individual de outros cidadãos em convencerem, em discurso público, a Assembléia Popular sobre como cada questão deveria ser votada. Para preparar os cidadãos para semelhante tarefa, todo o ensino disponível em Atenas era algo mais ou menos equivalente ao nosso curso primário. Consistia, conforme vimos, em aulas administradas por professores independentes de leitura, música e ginástica, a ginástica ocupando o primeiro lugar.

Num diálogo intitulado "Protágoras", escrito por Platão, em que Sócrates conversa com um jovem chamado Hipócrates, o primeiro diz ao segundo, referindo-se a este sistema de ensino:

"Sei que quando eras mais jovem
estudaste com o professor de escrita,
com o professor de cítara
e com o professor de ginástica.
E, quando fizeste isto,
recebeste o ensino de cada um destes professores
não com o intuito de arranjar uma profissão,
mas para te cultivares,
como convém a um homem livre que tu és".

Este ensino, conforme vimos, resultou do abrandamento progressivo do regime militar, transformando-se em ginástica, ao que se acrescentou posteriormente o ensino da música e da leitura.

09.

Mas embora, como diz a citação de Sócrates do ítem anterior, esta educação era dada e procurada pelos atenienses não para aprender uma profissão, mas para cultivar o homem livre, isto é, o cidadão da democracia ateniense, pois os escravos não eram cidadãos, aos poucos começava a ficar evidente em Atenas que o homem mais poderoso não era o atleta, nem o músico, mas aquele que soubesse melhor falar em público e convencer a Assembléia Popular a votar de acordo com os seus pontos de vista. Esta habilidade era fundamental, mas não havia mestres para ensiná-la.

10.

Não havia mestre para ensinar a discursar e convencer as multidões do que bem se entendesse até que, a princípio talvez quase inadvertidamente, os atenienses começaram a perceber que, embora não se tivessem declarado tais, já havia algum tempo que estes mestres haviam chegado à cidade e muitos haviam zombado deles e não lhes dado o devido valor. Eram eles precisamente aqueles dois filósofos loucos de Eléia. Lá estavam dois sábios, que há tantos anos vinham se dedicando ao estudo, esforçando-se por tentar demonstrar ao povo a falsidade das coisas mais evidentes. Não tinham eles livros e livros de argumentos para mostrar que uma flecha em movimento na realidade está parada? Não tinham eles escrito tratados para provar que a multidão dos objetos que vemos no mundo à nossa volta não é uma multidão, mas um só e único ser? Não demonstrava Parmênides que tudo o que vemos pelos sentidos é ilusório, e muitos ouvintes, não podendo responder aos argumentos destes filósofos, ficavam perplexos e começavam realmente a duvidar se aquilo em que sempre tinham acreditado poderia ser falso? Ora, se estes filósofos eram capazes de induzir a dúvida nos ouvintes a respeito de coisas que deveriam ser tão evidentes, o que não faria um político se estudasse filosofia com eles e aplicasse a habilidade que eles tinham e demonstravam aos problemas políticos? Os discípulos daqueles dois filósofos seriam os senhores das decisões da Assembléia Popular. Manipulariam a Assembléia conforme as suas vontades e se tornariam os senhores de Atenas.

11.

Não é difícil imaginar como, de uma acolhida que inicialmente deve ter sido provavelmente fria e sarcástica, os atenienses passaram a ouvir aqueles dois filósofos veneradamente com uma atenção tal como se estivessem ouvindo aos deuses. Sócrates os tinha ouvido e esforçou-se, a partir dos argumentos deles, para alcançar uma compreensão mais profunda da verdade. Mas os demais atenienses não estavam interessados em qualquer verdade que os dois filósofos de Eléia vinham ou não vinham trazer. Eles queriam aprender como era possível fazer aquela mágica de apresentar provas aparentemente irrefutáveis de que as coisas mais evidentes não são como supomos que sejam. Quando Parmênides e Zenão foram embora de Atenas, devem ter visto as cópias de seus livros disputadas entre os atenienses que os liam e reliam aparentando evidente desejo de aprender. Parmênides e Zenão foram, finalmente, levados a sério, mas não era bem desta maneira que eles tinham desejado que tivessem sido levados a sério.

12.

Aconteceu então que algumas pessoas mais hábeis conseguiram de fato adaptar as técnicas de argumentação de Parmênides e Zenão à discussão dos problemas políticos. Estas passaram a ser denominadas de sofistas e a darem aulas do assunto a qualquer cidadão que tivesse o dinheiro bastante para pagá-los. Ao contrário dos professores de leitura, música e gramática que eram pessimamente mal pagos e muito mal qualificados, os sofistas se aperfeiçoavam em suas técnicas, uns estudando com os outros e cobrando caríssimo pelas suas aulas, que só podiam ser pagas por pessoas de muita posse. Poucos anos antes da visita de Parmênides e Zenão em Atenas já havia sofistas no mundo grego que ensinavam a arte de falar e de convencer as multidões, mas este tipo de ensino e suas técnicas receberam seu grande impulso da adaptação que foi feita dos textos de Parmênides e Zenão à sua arte. Foi a partir daí que a sofística adquiriu a sua maior envergadura.

13.

Os sofistas geralmente não se fixavam definitivamente em nenhuma cidade, mas itineravam de cidade em cidade angariando discípulos que passavam alguns anos estudando com eles. Em cada cidade por que passavam costumavam realizar demonstrações de oratória em público como propaganda para angariar alunos. Sua glória era serem bem sucedidos em Atenas.

14.

O primeiro sofista famoso mencionado na história foi Protágoras. Como todos os demais sofistas, seus objetivos pedagógicos eram utilitários. Dizia que a filosofia devia ser estudada apenas na época da juventude e que se torna inútil quando cultivada além de determinados limites, porque impede o homem de se tornar habilidoso nos negócios públicos e na vida humana. Não se deve perder tempo, diz Protágoras, especulando sobre a natureza, sobre o mundo nem sobre os deuses.

"Eu não sei se existem
ou não existem deuses",

diz também Protágoras,

"a questão é obscura
e a vida humana é curta".

O importante é viver, e na vida política o importante não é possuir a verdade, mas ser capaz de convencer o público de que tal ou determinada coisa é verdadeira.

Diz dele H.Marrou:

"Ele não tinha a seus alunos
nenhuma verdade a ser ensinada,
mas apenas a terem sempre razão
em qualquer circunstância".

"Protágoras tomou emprestado de Zenão de Eléia",

continua Marrou,

"seus procedimentos polêmicos
e sua dialética rigorosa,
esvaziando-os, porém,
daquilo que lhes dava sua seriedade".

Diógenes Laércio, na biografia de Protágoras, diz que ele foi o primeiro pensador a sustentar que sempre, em qualquer questão, existem dois lados opostos um ao outro e que devem ser ambos considerados. Ademais, ele partia do princípio de que

"o homem é a medida de todas as coisas,
das coisas que são
e das coisas que não são",

e que, além disso,

"tudo é verdade".

Estes princípios são explicados assim por Platão, que viveu depois de Protágoras:

"Para Protágoras,
assim como cada coisa parece para mim,
assim é para mim,
e assim como parece para ti,
assim é para ti
porque tanto eu sou homem
como tu és homem".

Quando Protágoras diz então que o homem é a medida de todas as coisas, não está se referindo à espécie humana, mas a cada homem individualmente considerado. Com isto ele introduziu a relativização da verdade. O princípio de Protágoras é a mesma coisa que a negação da verdade.

Protágoras, ademais, se vangloriava de ser

"capaz de converter em forte
a razão débil",

fosse qual fosse a razão débil.

Protágoras dizia ainda que ele queria

"ensinar a sabedoria,
tanto na maneira de administrar a casa própria
como os negócios públicos,
isto é, a maneira de agir e falar
para poder governar uma cidade".

15.

Certa vez Protágoras e Sócrates se encontraram. O encontro foi narrado por Platão, discípulo de Sócrates. Sócrates começou a interrogar Protágoras, e este dava respostas extensas, compridas, cheias de floreios e artifícios de retórica. Sócrates então pediu uma pausa e disse:

"Protágoras, me desculpe,
mas eu quero lhe dizer
que a natureza me dotou
de uma memória reduzida,
e quando me fazem longos discursos,
esqueço do assunto que estamos discutindo.
Se eu fosse surdo,
você reconheceria ser necessário,
para falar comigo, falar mais alto;
mostre pois a mesma complacência,
e já que você encontrou em mim
um homem de memória curta,
resuma as suas respostas
e faça-as mais curtas,
se quiser que eu o acompanhe".

A este pedido Protágoras teria respondido o seguinte:

"Na minha vida, Sócrates,
tenho travado lutas de palavras
com muitas pessoas;
e se eu tivesse feito o que me pedes,
e tivesse regulado a minha maneira de discutir
pelas exigências dos meus contraditores,
nunca teria eclipsado ninguém,
e o nome de Protágoras
não seria famoso entre os gregos".

16.

Numa peça de teatro de Aristófanes, chamada As Nuvens, em que se faz uma sátira dos sofistas, erroneamente confundindo Sócrates com um deles e levada ao palco ainda durante a vida de Sócrates, Aristófanes narra a história de um pai que se endividou comprando cavalos de corrida para o seu filho. Ouçamos o que diz o pai na peça:

"Ó, como são compridas as noites,
que coisa tão interminável!
Pobre de mim,
não posso dormir
mordido pela despesa
e pelas dívidas da estrebaria,
e tudo por causa do meu filho!
Eu morro,
vendo que está chegando o dia vinte
e os juros vão correndo.
Por favor, escravo, acorde,
acenda a lamparina
e traga-me o livro de contas
para eu ver a quantas pessoas
eu estou devendo
e calcular os juros.
Ai! Quem me dera
que antes houvesse morrido desgraçadamente
a casamenteira que me fez casar
com a mãe deste jovem!
Mas agora, pensando a noite inteira
sobre um meio de encontrar uma solução
para minhas dívidas,
achei um caminho,
diabolicamente excelente.
Acorde, meu filho.
Está vendo aquilo,
ali no fim da rua?
Aquela casa é um pensatório de sofistas.
Lá moram homens que falam do céu,
querendo nos convencer
que o céu é a tampa de um forno
e que nós somos os carvões.
Se a gente lhes der algum dinheiro,
eles ensinam a vencer nos discursos
nas causas justas e injustas.
São pensadores meditabundos,
gente de bem!
Ó se são!
Por favor, meu filho,
esqueça um pouco das corridas de cavalos
e junte-se a eles.
Torne-se um deles.
Eles dizem que os raciocínios são dois,
o forte, seja ele qual for,
e o fraco.
Eles afirmam que o segundo raciocínio,
isto é, o fraco,
discursando,
vence nas causas mais injustas.
Ora, filho querido,
se você aprender este raciocínio injusto,
do dinheiro que agora
eu estou devendo por sua culpa,
destas dívidas eu não pagaria
um óbolo a ninguém!"

17.

Há, entretanto, alguns motivos para elogiar os sofistas. Eles desenvolveram mais profundamente o estudo da linguagem, e diz Diógenes Laércio que Protágoras foi o primeiro homem que distinguiu e classificou os tempos dos verbos, iniciando, assim, o estudo da gramática que viria a se desenvolver mais amplamente em época posterior.

18.

Outro sofista famoso, de quem falaremos mais tarde, foi Górgias. Ao contrário de Protágoras, que ensinava que tudo era verdade, ele ensinava que tudo era falso. Ele se utilizou mais amplamente do que Protágoras das técnicas de Parmênides e Zenão para ensinar como se poderia contra argumentar diante de qualquer evidência mostrando que seria falsa.

Embora Protágoras dissesse que tudo era verdade e Górgias ensinasse que tudo era falso, ambos na realidade estavam ensinando a mesma coisa, isto é, que não existe a verdade objetiva e que o importante é convencer.

19.

A história menciona ainda ter existido um livro de um sofista anônimo, chamado de "Discursos Duplos", que ilustra muito bem o espírito da primeira sofística.

Tratava-se de um livro que continha, em duas colunas paralelas, dada uma tese, os argumentos para provar que esta tese é verdadeira e os argumentos para provar que a mesma é falsa.

20.

O desenvolvimento da sofística foi em parte responsável pela destruição do poder ateniense. Vinte anos depois da visita de Zenão e Parmênides a esta cidade, ela entrou em guerra contra os espartanos, no confronto que se denominou de Guerra do Peloponeso. Esta guerra durou vinte e oito anos e Atenas, que tinha vencido um século antes, com menos recursos, por três vezes o colosso do Império Persa, perdeu desta vez uma guerra que estava desde o início praticamente ganha contra uma simples cidade.

Nos momentos decisivos da guerra, curiosamente, surgia alguém que convencia a Assembléia Popular a decidir exatamente o contrário do que em qualquer outra circunstância teria sido o óbvio a ser feito.

Nunca mais Atenas se recuperaria da derrota, nem no plano político, nem no plano econômico.

21.

Foi no período entre a visita de Parmênides a Atenas e o final da Guerra do Peloponeso, período em que a sofística alcançou o auge da sua influência, que se desenvolveu a atividade filosófica de Sócrates. Cinco anos depois da derrota na Guerra do Peloponeso, Sócrates seria julgado e condenado à morte, em 399 AC. Sua atividade de filósofo neste contexto será o objeto das próximas notas.

São Paulo, 1º de outubro de 1989