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Dos cinco degraus de que falamos, o primeiro, isto é,
a leitura, pertence aos principiantes; o supremo, isto é, a
contemplação, aos perfeitos. Quanto aos intermediários, será mais
perfeito aquele que os tiver subido em maior número. Em outras
palavras, o primeiro, isto é, a leitura, dá a inteligência; o
segundo, a meditação, fornece o conselho; o terceiro, a oração,
pede; o quarto, a operação, busca; o quinto, a contemplação,
encontra.
Se, portanto, lês, e tens a inteligência, e conheceste
o que se deve fazer, isto já é o princípio do bem, mas ainda não
te será suficiente, não és perfeito ainda. Sobe, pois, na arca do
conselho, e medita como poderás realizar aquilo que aprendeste
que deve ser feito. De fato, há muitos que possuem a ciência, mas
poucos foram aqueles que souberam de que modo era importante
saber.
O conselho do homem, porém, sem o auxílio divino é
enfermo e ineficiente; é necessário, pois, levantar-se à oração,
e pedir o seu auxílio sem o qual nenhum bem pode ser feito; isto
é, a sua graça, a qual, antes que tivesses chegado até aqui para
pedi-la já te iluminava, e daqui para a frente será quem haverá
de dirigir os teus passos para o caminho da paz, e de cuja única
vontade depende que sejas conduzido ao efeito da boa operação.
Resta agora para ti que te prepares para a boa obra,
de tal maneira que aquilo que pedes pela oração, mereças receber
pela obra, se Deus contigo quiser operar. Não serás obrigado,
serás ajudado. Se apenas tu operares, nada realizarás; se apenas
Deus operar, nada merecerás. Opere Deus para que tu possas; opera
tu para que algo mereças. O caminho pelo qual se vai à vida é a
boa obra; aquele que corre por este caminho, busca a vida.
Conforta-te e age virilmente. Esta via tem o seu prêmio; quantas
vezes, fatigados pelos seus trabalhos, não somos ilustrados do
alto pela graça, saboreando e vendo
E assim se realiza o que dissemos acima, que aquilo que a oração
busca, a contemplação encontra.
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