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A fonte e o fim de toda a existência é Deus o
Pai. Somente Ele é Deus no sentido estrito, apenas Ele sendo
não gerado. A este respeito, Orígenes afirma ser
significativo que Cristo falou dEle no Evangelho de São João
como "o único Deus verdadeiro" (Jo. 17, 3).
Sendo o Pai perfeita bondade e poder, sempre deve
ter tido objetos em quem exercê-las. Portanto, o Pai trouxe
à existência um mundo de seres espirituais, ou almas, que
são co-eternas consigo.
Para servir de mediador entre sua absoluta
unidade e a multiplicidade das almas, porém, Deus Pai tem o
seu Filho, sua imagem expressa. Assim, o Filho possui uma
dupla relação para com o Pai e para com o mundo.
O Pai gera o Filho por um ato eterno, fora da
categoria do tempo, de modo que não se pode dizer que (Ele)
existia quando (o Filho) não existia. Além disso, o Filho é
Deus, embora sua deidade seja derivada, e portanto Ele é um
Deus Secundário, ou, na expressão grega original, `Deuteros
Teos'.
Em terceiro lugar há o Espírito Santo,
"o mais honorável de todos os seres
trazidos à existência através do Verbo,
o primeiro da série de todos os seres
originados pelo Pai através de Cristo".
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Referências:
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Orígenes : In Johan. 2,2,16; 2,10,75; 1,20,119;
6,39,202;
Idem : De principiis 1,2,10; 1,4,3; 2,9,1; 1,2,4;
Idem : Contra Celsum 2,64; 5,39;
Idem : Hom. in Jerem. 9,4.
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