O EXEMPLO DE ANA, MÃE DE SAMUEL |
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Houve uma certa Ana, mulher judia (1 Re 1-2). Esta mulher teve só um filho e não tinha esperanças de ter outro, pois este mesmo foi conseguido a duras penas e com muitas lágrimas. Ana era estéril. Mas apesar de ver que por isso uma rival a insultava, nem assim lhe ocorreu nada do que vós fazeis. Tendo tido aquele filho, só consentiu tê-lo consigo o tempo necessário para amamenta-lo. Quando o menino deixou de necessitar deste tipo de alimento, a mãe se apressou a consagra-lo a Deus e desde então não mais o convidou a pisar a casa paterna, pois ele começou a morar continuamente no templo de Deus. Se alguma vez, porém, a mãe desejasse vê-lo, não o chamava a sua casa, mas subia ela ao templo com o pai, mantendo-se à frente, distante dele como de coisa consagrada a Deus. O jovem se tornou tão nobre e tão grande que por sua virtude alcançou que Deus se mostrasse mais uma vez propício ao povo hebreu ao qual havia reprovado pela sua maldade excessiva e não lhes dava seus oráculos nem lhes mostrava visão alguma. Pela virtude deste jovem, pois, Deus voltou a fazer os mesmos benefícios que antes havia retirado e lhes devolveu a profecia que havia desaparecido. E tudo isto conseguiu este jovem antes de ter chegado a maior idade, sendo ainda um menino pequeno:
diz a Escritura
E, contudo, nestas circunstâncias, Deus dava a ele
continuamente seus oráculos. Tal ganho nos seguirá sempre se
cedermos a Deus o que possuímos, e desprendermos de tudo , não só
de nosso dinheiro e bens , mas de nossos próprios filhos. Pois se
temos o mandamento de fazer isso em relação a nossa própria alma,
quanto mais em relação a todas as outras coisas.
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