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Que mais? Como tinha comentado, não deve se aproximar nem
servir ao menino uma garota jovem, mas uma empregada de idade
avançada, uma velha senhora. Fale-se do reino dos céus e daqueles
que em tempos passados brilharam por sua castidade, tanto dentre os
nossos, como dentre os gentios. Com estes exemplos devemos ocupar
continuamente os ouvidos dele. E se tivermos escravos que se mantêm
castos, usaremos os exemplos deles; pois seria o maior absurdo se o
escravo fosse tão moderado e a pessoa livre fosse pior do que ele.
Ademais há outro remédio. Que remédio? Que o menino aprenda a
jejuar, senão sempre, pelo menos duas vezes por semana, nas quartas
e sextas-feiras. Que vá, também, à igreja. Pegue-o o padre no
fim da tarde, quando acaba o teatro, mostre-lhe as pessoas que saem
dali e ria dos idosos, porque se mostram mais insensatos do que os
jovens; e dos jovens, porque se inflamam com as paixões. E pergunta
ao menino; Na verdade, o que todos eles ganharam? Não outra
coisa, senão desonra, injúria e condenação. Resumindo, em geral
não é pouca coisa para a guarda da castidade afastar-se de tudo
isso, espetáculos e audições.
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