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Além disto, Deus acrescentou um terceiro vínculo que vem da
natureza e que, se quiseres, pode ser tido como o primeiro.
E assim, para que por um lado os pais não desprezassem o mandamento
que lhes manda criar seus filhos, lhes impôs a necessidade da
natureza; e, por outro lado, para que as insolências dos filhos não
debilitassem e até rompessem aquela necessidade natural, colocou para
estes como uma muralha o castigo que não vem só de Deus, mas também
dos pais. Com o que submete com grande força os filhos aos pais e
excita mais e mais nestes o amor a seus filhos.
E ainda não é este o último vínculo, mas há outro, o quarto,
com o qual forte e completamente nos uniu com nossos pais. E é assim
que Deus não só castiga os filhos que se comportam mal com os seus
pais e louva aos que se comportam bem, como também isto mesmo faz em
relação aos pais, castigando asperamente os que se descuidam de seus
filhos e honrando e louvando os que zelam por eles. E assim vemos como
a este velho, que nas demais coisas brilhava pela sua virtude, Deus
castigou por esta única negligência, e ao contrário, por esta
providência, não menos que pelos outros motivos, honrou Deus o
patriarca Abraão. E, de fato, enumerando os muitos e magníficos
dons que prometia conceder-lhe, e alegando a causa, põe justamente
esta:
diz a Escritura,
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"que Abraão ordenaria a
seus filhos e a sua casa depois dele, que guardassem os caminhos do
Senhor Deus, para praticar a justiça e a eqüidade".
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