EXEMPLOS PAGÃOS: SÓCRATES E DIÓGENES |
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E se fosses homem que professasse nossa religião, te contaria muitos e grandes exemplos acerca desse particular; mas já que professas o paganismo, tampouco aí me faltarão exemplos. Escuta o que disse Críton a Sócrates:
Que coisa é mais doce que este gênero de opulência? E ainda este argumento é para os homens do mundo; porém se quiséssemos examinar a riqueza do monge com um espírito um pouco mais filosófico, talvez tu não seguisses os meus argumentos, mas não tenho outro remédio senão dize-los para agrado dos juizes. E é por isso que a riqueza da virtude é tão grande, tanto mais doce e invejável que a vossa, que aqueles que a possuem jamais desejariam trocá-la pela terra inteira, nem se as montanhas, os mares e os rios se convertessem em ouro. E se tal transformação fosse possível, tu verias de fato de que não se trata de fanfarronice, mas que, oferecendo-lhes ainda muito mais do que tudo isto, desprezariam a tudo e jamais o trocariam pela virtude. E como digo trocar? Nem sequer consentiriam em possuir juntamente riqueza e virtude. Se a vós oferecessem a riqueza da virtude junto com a do dinheiro, as receberias amorosamente; com o que confessais que esta riqueza é grande e maravilhosa. Os monges, porém, não querem a tua riqueza unida com a deles; com o que dão a entender que a têm por coisa desprezível. E eu te manifestarei isto com os teus próprios exemplos. Que quantidade de dinheiro acreditas não teria dado Alexandre a Diógenes, se este tivesse querido receber? Porém o rejeitou totalmente. Alexandre, ao contrário, empenhava-se e não deixou pedra por mover para que um dia chegasse à riqueza de Diógenes. |