NÃO DEVEMOS TEMER TANTO PELA SALVAÇÃO DO MONGE QUANTO PELA SALVAÇÃO DO LEIGO |
|
Como, pois não temes nem vacilas em levar teu filho a um gênero de
vida em que cairá rapidamente nas garras da maldade? Ou te parece
pequeno mal a idolatria, ser pior que os infiéis e renegar o serviço
de Deus, tudo o que sofrerão mais facilmente que os monges, aqueles
que se acham ligados às coisas da vida? Vês como o teu medo não era
senão um pretexto? Porque se devíamos temer, não era certamente
pelos que fogem das ondas e se refugiam rapidamente no porto, mas por
aqueles que se debatem em furiosa tempestade. A verdade é que no
mundo são mais freqüentes os naufrágios, pois além de serem maiores
as tormentas, os que deveriam enfrentá-las são os que vivem mais
descuidados. Na vida monástica, pelo contrário, as ondas não são
tão encrespadas, a tranqüilidade é muita e a solicitude de quem tem
que as combater é maior. Por isso, se nós os empurramos para o
deserto, não é para que se vistam simplesmente de saco, coloquem um
cordão no pescoço e se deitem sobre cinzas, mas antes de tudo para
que fujam do vício e abracem a virtude.
pois está claro que o liberto corre melhor que o
amarrado. Logo também terá maior recompensa e usará uma coroa mais
brilhante? De maneira nenhuma, pois foi ele que impôs a si mesmo
esta necessidade, quando tinha a opção de não o fazer!
|