OS FILHOS DA CARNE E OS FILHOS DO ESPÍRITO |
16. |
Mas por acaso tendes vontade de ver os filhos dos vossos filhos? E com que direito, se ainda não haveis chegado a ser seus verdadeiros pais? Porque certamente não é o gerar que faz o verdadeiro pai, e assim o reconhecem os próprios progenitores que, quando vêm seus filhos jogados na maldade extrema, os rejeitam e desconhecem como se não fossem seus filhos, sem que natureza, nem geração, nem título semelhante possa conte-los. Que não pretendam, pois, considerar-se pais aqueles que ficam tão abaixo de seus filhos na filosofia; se na virtude os tivessem gerado, então poderiam buscar a nova descendência, pois só então, ademais, seriam capazes de vê-la. Porque, sim, vossos filhos têm filhos,
Estes filhos não
obrigam seus pais a se matarem para ganhar dinheiro nem que andem
preocupados com seu casamento ou assuntos semelhantes, mas,
deixando-os livres de toda preocupação, proporcionam-lhes prazer
superior ao que gozam os pais naturais. É que os filhos do espírito
não são gerados nem criados para os mesmos fins que os da carne, mas
para fins mais altos e gloriosos. Por isto proporcionam também maior
alegria a seus progenitores.
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